domingo, 14 de setembro de 2008 2 comentários

Nem menos nem mais

Eu quero o que é meu por direito
Nem menos nem mais,
Eu quero uma tarde tranqüila
Eu quero passear no parque
Eu quero um céu estrelado
Eu preciso de um céu estrelado.

Eu quero ser feliz
Quero poder dançar
Perder a vergonha de mim mesmo,
Ter a certeza de que tenho alguém ao meu lado
Eu preciso desse alguém ao meu lado.

Eu quero me perpetuar na poesia
Eu quero ser a poesia
Eu quero dormir em paz,
Eu quero o que é meu por direito
Nem menos nem mais.



Autor: Igor Monteiro.
3 comentários

Eclipse do amor

Amam-se com certeza,
Mas não podem se tocar,
Relutam a cada dia para poder se beijar,

Em vão, não conseguem,
Anos e anos sem se entrelaçar,
Sucumbem em sua jornada.
Por que não se encontrar?

Ainda bem que existe o eclipse
Para poderem se amar,
Poucos minutos é verdade,
Mas que na vida melhor não há.



Autor: Igor Monteiro.
sábado, 13 de setembro de 2008 3 comentários

Meio que...

Andar meio paripassu
Pensar meio alienado
Agir meio desastrado
Ficar meio alucinado
Fazer meio que errado
Tentar mesmo que desista
Beijar-te mesmo que não queiras
Fingir mesmo que não sintas.



Autor: Igor Monteiro.
domingo, 7 de setembro de 2008 1 comentários

Puxa prende e solta

Cadê? Onde? É isto?
É você nunca tinha visto antes?
Eu? Não e você?
Também não, mas imaginava como era.
A ta, é bem legal mesmo todo roliço, onde encontrou?
Nas coisas de meu pai.
Por que ele guarda isso?
Ele disse que foi um presente do meu avô quando ele completou 15 anos.
Certo, mas você só tem 11.
Mas gostei dele.
Vai guardá-lo?
Claro que sim, agora é meu.
E se seu pai souber que pegou?
Não vai saber. Vamos usá-lo?
Como que usa?
Sei lá, só escutava meu pai falando puxa prende e solta quando ia usar, tanto tempo que ele guarda.
Deve está estragado.
Não ta não ele guardou com cuidado, vamos tentar, puxa prende e solta, puxa prende e solta, não estou conseguindo tenta você.
Certo: puxa prende e solta, puxa prende e solta.
A não quero mais brincar, toda vez ele enrosca e não roda, também achei ruim pra caramba. Depois você pergunta a seu pai como se brinca com peão.
Ta certo.



Autor: Igor Monteiro.
1 comentários

História de um menino de rua parte 3

Parece que na vida nada é por acaso, o conselheiro tinha me falado que tinha uma família, mas nunca tinha me falado que ela era de São Paulo e ele também tinha me falado que nunca mais tinha visto a mesma, mas a verdade é que todos os dias ele ia lá ao seu antigo bairro para rever seus filhos e mulher, até que um dia ele me convidou para ir junto e eu louco de curiosidade fui. Quando vi a ex-mulher do Leôncio sair de casa com seus filhos me veio na memória tudo que passei na vida até aquele exato momento e aquilo foi apertando meu peito como se eu fosse ter um ataque no coração, mas estava muito jovem para isso e tentei me distraí.
Quando estávamos voltando para “casa” perguntei pra ele o por que dele ir olhar sua família todos os dias e mesmo assim não querer voltar. Sua resposta foi clara e direta, ele me disse: Eles são o meu combustível, posso não voltar a estar com eles, pois fiz muita besteira em meu passado, mas cada vez que os vejo me sinto renovado para retornar a minha caminhada. Calei-me.
Fomos dormir, pois no dia seguinte o Conselheiro iria procurar um emprego pra mim, coisa simples, mas que iria dar pra se alimentar acordamos antes do por do sol e fomos à busca de emprego, não foi tão difícil de encontrar, mas o salário era pouco e as condições de trabalho eram mínimas, mas aceitamos, ele de ajudante de cozinha e eu descascava as batatas, lavava o banheiro e varria o estabelecimento, várias vezes pegava algumas batatas para comer depois, ganhávamos pouco, mas foi dando pra gente sobreviver, atrás do restaurante tinha um quartinho, onde, nós pedimos para dormir ao dono do mesmo e ele falou que iria deixar se descontasse no nosso salário, nós não tínhamos saída então concordamos, qualquer coisa seria melhor que voltar a dormir na rua.


(*Continua)
 
;